
Recentemente, em um de meus passeios pela Internet, encontrei um vídeo na BBC News intitulado “Por que muita gente deixou de postar nas redes sociais”. Me chamou atenção pois é um assunto que eu e meus amigos temos comentado demais junto com um bom café. O vídeo aborda o “burnout” social e a quantidade crescente de pessoas que estão reduzindo ou abandonando plataformas como Instagram e Facebook. Existe uma exaustão mental causada pela pressão excessiva de performance e a constante necessidade de curadoria da vida para manter nossas personas (já peguei horror a esse termo) digitais.
“Cientistas descobriram que pensar em estado de ansiedade leva a um viés cognitivo pessimista; quando o cérebro ansioso processa informações ambíguas, ele tende a escolher a mais negativa entre as interpretações prováveis. Nosso cérebro se torna superativo na percepção de ameaças e tende a prever resultados terríveis quando confrontado com a incerteza.” — Leonard Mlodinow, Emocional: a nova neurociência dos afetos (Zahar, 2023).
Ele – o cérebro – compreende que, diante de um ambiente percebido como punitivo, é mais prudente tratá-lo como uma ameaça e, portanto, como algo não seguro ou desejável do que correr o risco de interpretá-lo de forma otimista.
Esse movimento aponta para uma mudança de foco: algumas pessoas estão buscando privacidade em grupos menores (como “melhores amigos” ou DMs – mensagens diretas) e, em seus perfis públicos, preferem seguir ou criar conteúdo muito mais nichado, focado em interesses específicos (hobbies, causas, …) em vez de postar sua própria rotina pessoal.
Em se tratando de trabalho, isso vem reforçar uma estratégia que eu venho aplicando há algum tempo: a presença digital de empreendedores deve ter um propósito-guia, focado em nicho e valor específico e não em performance genérica. Sem novidades. Não fui eu quem inventou a roda, mas ela gira constantemente e sofre alterações com velocidade. Cabe a nós, acompanhar o ritmo.
Vejo 3 razões principais que levam as pessoas a se afastarem das plataformas digitais:
1 – A pressão por performance e comparação
2 – A vigilância e o fim da “estética Instagram”
3 – O retiro para o privado e o próprio nicho
Vejo esse novo cenário com otimismo. É uma oportunidade para nos conhecermos melhor como pessoas e como profissionais, afinal, se você não se conhece, dificilmente poderá conhecer seu público, que está carente de conteúdo com substância. Isso quer dizer inovador? Também, mas não necessariamente. Eu nunca tive tanto trabalho como tenho hoje. E disseram que a IA iria substituir todos os designers! Não é sobre o que você faz, mas como faz. Como se adaptar a essa mudança?